Este mês rolou o tradicional Kidscreen Summit em Miami, um dos principais eventos voltados para o conteúdo infanto-juvenil da indústria.
Como eu costumo ser mais sucinto que um PowerPoint na vida real, seguem as principais tendências apontadas, em poucas palavras:
Conteúdo Familiar: a fragmentação da audiência já é o padrão quando se considera o investimento em novos conteúdos. Logo, o desafio é atrair a atenção dos mais jovens, sem perder a atenção dos pais. Então, conteúdos com camadas (que eu chamo de cebolão), que agradem ambas as gerações, tendem a ter mais sucesso num futuro próximo.
Outra estratégia é trabalhar uma Propriedade Intelectual de forma multiplataforma, como por exemplo a boneca Barbie, da Mattel, que tem novos desenhos animados em produção para as crianças e um filme pronto para o público adulto. Ou Peppa Pig lançando um disco.
Desta forma, as empresas podem criar conteúdos exclusivos para os fãs mais jovens, incluindo aí YouTube, TikTok e afins e utilizar mídia de masa, como cinema e TV, para atrair novos fãs para a PI.
Conteúdo Socioemocional: outro ponto bastante abordado no evento foi a o papel dos conteúdos na vida dos pequenos. Além de capturar a atenção deles, agora há um responsabilidade com o bem estar, especialmente em um mundo pós-pandemia.
Conteúdos que ajudem as crianças a expressar melhor seus sentimentos têm tido boa procura. Parcerias de algumas PIs com aplicativos de meditação são um bom sinal desta tendência, como os conteúdos de Star Wars e Vila Sésamo para o Headspace.
Experiências: Eu diria que esta não é uma tendência exclusiva de conteúdo infanto-juvenil. Mas quem teve criança em casa durante a pandemia ou nas férias, sabe do que se está falando.
Aproveitar o gosto das crianças por um personagem ou universo e expandi-lo com experiências imersivas no mundo real, parece ser um caminho sem volta para o entretenimento. Além de estar alinhado com a primeira tendência de conteúdos intergeracionais e multiplataforma.
Pense em exposições itinerárias, como a da Pixar, da Dreamworks, escape rooms temáticas com a do Chaves, parques de diversão, pop up stores, como a de Stranger Things, ou qualquer outro tipo de ativação que faça o fã levantar do sofá.
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Tiago Campany é executivo, produtor e pesquisador. Não necessariamente nessa ordem. E mestre supremo do Campanyverso.